Andrea Dutra é carioca, cantora e compositora, tem 29 anos de carreira e cinco discos solo. Desde 2001 é integrante do Arranco de Varsóvia, grupo vocal vencedor do Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Grupo de Samba.
Nos anos 70, nasceu no Rio de Janeiro um movimento chamado Black Rio. A afirmação da identidade, da cultura e da estética negra norte-americana daqueles anos, chegou por aqui como uma onda que sacudiu a noite carioca com bailes que reuniam centenas de jovens pra ouvir e dançar Funk, Soul Music e outras vertentes da Black Music norte-americana.
Não demorou até artistas brasileiros se identificarem e processarem essas informações, devolvendo tudo na forma de uma música brasileira original, que misturava os suingues daqui e de lá. Foi aí que nasceram Tim Maia, Jorge Benjor, Gerson King Combo, Banda Black Rio, Cassiano e tantos outros artistas que estruturaram esse movimento carioquíssimo e super dançante.
No final dos anos 90, a cantora e compositora carioca Andrea Dutra entrou de cabeça na pesquisa sobre o Black Rio, assessorada pelo DJ e colecionador de Lps de black music, Zé Octavio Sebadelhe. Ali surgiu o show Black Museu Brasileiro, com repertório escolhido a dedo pra apresentar a história do Black Rio para as novas plateias. O show também apresentava inéditas da Andrea, todas na praia do Soul. Casas lotadas, fila na porta, plateias dançando, presença da velha guarda do Movimento, Dom Filó, Mr Funk Santos, Dema, Dafé e de novos artistas que amavam o Black Rio, como Seu Jorge, Claudio Zoli, Serjão Lorosa, além do retorno triunfal de Gerson King Combo aos palcos, depois de 20 anos de sumiço.
Agora, em 2021, a Mills Records vai fazer o lançamento do álbum de oito faixas produzidas em 1998 por Pedro Tibau, mas nunca lançadas comercialmente. O trabalho reúne obras de Cassiano, Som Nosso de Cada Dia, Dalto, e algumas inéditas da cantora, como o sucesso Disseram que será lançada em formato “single”. O Álbum Black Museu Brasileiro conta ainda com uma faixa feita especialmente para o projeto, Via Dutra, composta pelo baixista Bombom.
É hora de dançar, de se entregar ao suingue de um movimento que até hoje vive, seja pelo seu repertório imortal ou pela sua reinvenção pelos artistas contemporâneos.